Com jeito meio sem graça
De que tudo está ruim,
Postura alquebrada e chinfrim,
Bebia do sofrimento, a taça...
Por mais que ele rezasse
Para o seu ânimo melhorar,
Não conseguia modificar
A vida, embora o tentasse.
Às vezes o desespero cruel
Acercava-se, tomava conta;
Os problemas eram de monta,
E amargavam como o fel...
Era quando se questionava
Quanto ao por que dessa dor.
Por que uma vida sem amor,
Se ele tanto se esforçava?
Assim, viveu a sofrer...
Mas a fé, firme o acompanhou,
E até o dia em que desencarnou
Não se deixou mesmo abater.
Recolhido então por mãos amigas,
Senti-se docemente amparado
Calmo, sereno e reconfortado,
Esquecido das dores antigas...
Ali naquele local acolhedor,
Descobriu enfim qual a razão,
Por que na última encarnação
Tinha sido um mísero sofredor.
Os seus erros do passado
Foram todos ressarcidos,
O mal que fez foi esquecido,
Agora a paz está ao seu lado!
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